Veio Santa Alface a este mundo pr' acalmar nossos desassossegados estômagos. Seja feita a sua vontade. Amén

Friday, July 28, 2006

O Caracol Amarelo

Reconhecendo a ausência propositada de um qualquer dogma ideológico – e, contudo, sem pretender com isto criar algum – no círculo bloguístico onde nos vimos inseridos, os fundadores do Movimento d’O Caracol Amarelo (MOCA) vêem nele uma forma de intervenção social deste mesmo círculo.

Assim,

  • Como ateísta, o Movimento apresenta-se contrário ao moralismo demagógico e dogmático que vigora na nossa sociedade, declarando a vontade humana como única entidade capaz de mudar, quer para pior quer para melhor, o estado das coisas. Por isso, advoga o romper com preceitos moralistas da sociedade portuguesa, vergonhosamente hipócrita, presa ao obscurantismo clerical ou de qualquer outra espécie.
  • Pretendemos romper também com a ideia de cultura, sinónima de tradição: o Movimento entenderá a cultura como um todo dinâmico, característico dos povos e herança do Passado; apesar disso, e pela dinâmica do conceito, ter-se-á em atenção que o desenvolvimento socio-cultural pressupõe a evolução das mentalidades e a abertura ao contacto e cooperação intercultural, bem como todas as criações daí resultantes. Por isto mesmo, o MOCA afirma-se contra qualquer acto dito cultural que induza sofrimento físico e/ou psíquico a seres humanos e animais, o que engloba: práticas iniciáticas baseadas em qualquer tipo de humilhação; touradas; caça e pesca recreativa, entre outros. Defendendo sempre o respeito ao próximo: a nossa liberdade individual acaba quando começa a do outro; não se atacam pessoas, mas suas ideias ou aquilo que representam. Assim, o movimento não perfilha qualquer forma de intolerância ou preconceitos.
  • O Caracol Amarelo pretende-se vanguardista, embora não negue a influência de grupos exteriores como o que se formou em torno da Orpheu e, mais recentemente, do Gato Fedorento, vendo no seu dadaísmo proeminente a via para o despertar de atitudes, crenças e comportamentos entendidos como desadequados a uma sociedade que se quer progressista. Deste modo, o MOCA não se afirma inteiramente original e a vanguarda deverá ser entendida como alternativa à apatia dos modelos vigentes.
  • O Movimento é eminentemente pacifista e qualquer acto violento cometido em seu nome deverá ser dissociado do mesmo.
  • Assim sendo, e aceitando sempre a diversidade de perspectivas como única via legítima para as suas concretizações, o MOCA perfilha os princípios do desenvolvimento humano sustentável. Indo, quando possível, de encontro à temática ecologista, o Movimento pretende também o fim ou, pelo menos, o atenuar das discrepâncias sócio-económicas dentro do país e entre os hemisférios Norte e Sul: o comércio justo é uma das causas, se assim se pode dizer, que mais despertam a atenção dos Fundadores.
  • Denunciar-se-ão, portanto, comportamentos que perpetuem a degradação ambiental e as já referidas discrepâncias, resultantes do sistema económico-social vigente. Sempre que possível e quando fundamentadas, sugerir-se-ão alternativas viáveis: a defesa do Ambiente é um dos aspectos que o Movimento pretende promover. Estas alternativas estarão sempre relacionadas com modelos teóricos, amplamente estudados e discutidos na respectiva comunidade científica, por isso consideradas viáveis. Pretendem-se, portanto, acessíveis à maior parte da população e não direccionadas a um grupo restrito, de seres eventualmente extraordinários: se todos somos responsáveis face ao Ambiente, então todos temos que adequar atitudes e comportamentos pela sua protecção.
  • Quando possível, denunciaremos a falta de vontade política para a alteração do regime económico-social vigente. Por isso, não serão de estranhar abordagens à política nacional e internacional. De notar que neste ultimo plano, e reiterando o carácter pacifista do Movimento, só concebemos as Nações Unidas como instituição legítima para nele intervir (mesmo tendo plena consciência de que padece de uma inoperância recorrente e urge de uma profunda remodelação, de maneira a obter mais e melhores meios de intervenção).
  • O Movimento declara-se profundamente apartidário. No entanto, não deixará de defender a Democracia e o modelo parlamentar como forma de organizar, de forma mais justa, as diferentes nações. O activismo cívico, por mais disfuncional que possa parecer, será, então, a forma de intervenção do MOCA: o movimento é independente de qualquer instituição política, religiosa, ambiental ou de qualquer outro tipo.
  • Promovendo uma reaproximação à Natureza, o movimento pretende também uma reaproximação das pessoas em comunidade, capazes de coexistir pacificamente. No entanto, estas aspirações não pretendem retomar a “democracia do familiarismo”, conceito com o qual José Gil caracterizou o período salazarista. São sim uma forma de combater a solidão e a anomia social que assolam as sociedades actuais.

Sintetizando, o Movimento d’O Caracol Amarelo pretende-se:

Vanguardista, nos termos atrás explicitados

Tolerante

Pacifista

Independente

Apartidário

Democrático

Ecologista

Cultural

Comunitário

Ateísta:não ant-clerical, mas anti-obscurantismo

Dinâmico e

Alternativo


Assim sendo, o MOCA inicia-se na blogosfera com textos de opinião, prosa, poesia, fotografia, filmes, simples desabafos e até textos mais técnicos. O HUMOR será a única palavra de ordem, sem que por isso se pretenda descurar a seriedade das temáticas abordadas. A interacção com outros bloggers é essencial para a dinâmica construtiva do Movimento.

Os Fundadores

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