Veio Santa Alface a este mundo pr' acalmar nossos desassossegados estômagos. Seja feita a sua vontade. Amén

Monday, July 31, 2006

Bibó' MOCA!

Caro leitor,

Veja o post anterior como uma grandessíssima epígrafe, por favor. Já está? De seguida, entreter-nos-emos a esclarecer o carácter escápula do dito: com ele, e na eventualidade de uma qualquer intimação judicial, haverá sempre uma névoa de esperançoso recurso, como aqueles sítios blasfemos que tratam de avisar os incautos visitantes do seu conteúdo indigno. Ou seja, trata-se de um preliminar do foro jurídico que nada tem a ver consigo.
Dito e feito. Que MOCA comece!

P.S.: O acto acima explicitado não foi tão prazenteiro como se esperava... eh!

Friday, July 28, 2006

O Caracol Amarelo

Reconhecendo a ausência propositada de um qualquer dogma ideológico – e, contudo, sem pretender com isto criar algum – no círculo bloguístico onde nos vimos inseridos, os fundadores do Movimento d’O Caracol Amarelo (MOCA) vêem nele uma forma de intervenção social deste mesmo círculo.

Assim,

  • Como ateísta, o Movimento apresenta-se contrário ao moralismo demagógico e dogmático que vigora na nossa sociedade, declarando a vontade humana como única entidade capaz de mudar, quer para pior quer para melhor, o estado das coisas. Por isso, advoga o romper com preceitos moralistas da sociedade portuguesa, vergonhosamente hipócrita, presa ao obscurantismo clerical ou de qualquer outra espécie.
  • Pretendemos romper também com a ideia de cultura, sinónima de tradição: o Movimento entenderá a cultura como um todo dinâmico, característico dos povos e herança do Passado; apesar disso, e pela dinâmica do conceito, ter-se-á em atenção que o desenvolvimento socio-cultural pressupõe a evolução das mentalidades e a abertura ao contacto e cooperação intercultural, bem como todas as criações daí resultantes. Por isto mesmo, o MOCA afirma-se contra qualquer acto dito cultural que induza sofrimento físico e/ou psíquico a seres humanos e animais, o que engloba: práticas iniciáticas baseadas em qualquer tipo de humilhação; touradas; caça e pesca recreativa, entre outros. Defendendo sempre o respeito ao próximo: a nossa liberdade individual acaba quando começa a do outro; não se atacam pessoas, mas suas ideias ou aquilo que representam. Assim, o movimento não perfilha qualquer forma de intolerância ou preconceitos.
  • O Caracol Amarelo pretende-se vanguardista, embora não negue a influência de grupos exteriores como o que se formou em torno da Orpheu e, mais recentemente, do Gato Fedorento, vendo no seu dadaísmo proeminente a via para o despertar de atitudes, crenças e comportamentos entendidos como desadequados a uma sociedade que se quer progressista. Deste modo, o MOCA não se afirma inteiramente original e a vanguarda deverá ser entendida como alternativa à apatia dos modelos vigentes.
  • O Movimento é eminentemente pacifista e qualquer acto violento cometido em seu nome deverá ser dissociado do mesmo.
  • Assim sendo, e aceitando sempre a diversidade de perspectivas como única via legítima para as suas concretizações, o MOCA perfilha os princípios do desenvolvimento humano sustentável. Indo, quando possível, de encontro à temática ecologista, o Movimento pretende também o fim ou, pelo menos, o atenuar das discrepâncias sócio-económicas dentro do país e entre os hemisférios Norte e Sul: o comércio justo é uma das causas, se assim se pode dizer, que mais despertam a atenção dos Fundadores.
  • Denunciar-se-ão, portanto, comportamentos que perpetuem a degradação ambiental e as já referidas discrepâncias, resultantes do sistema económico-social vigente. Sempre que possível e quando fundamentadas, sugerir-se-ão alternativas viáveis: a defesa do Ambiente é um dos aspectos que o Movimento pretende promover. Estas alternativas estarão sempre relacionadas com modelos teóricos, amplamente estudados e discutidos na respectiva comunidade científica, por isso consideradas viáveis. Pretendem-se, portanto, acessíveis à maior parte da população e não direccionadas a um grupo restrito, de seres eventualmente extraordinários: se todos somos responsáveis face ao Ambiente, então todos temos que adequar atitudes e comportamentos pela sua protecção.
  • Quando possível, denunciaremos a falta de vontade política para a alteração do regime económico-social vigente. Por isso, não serão de estranhar abordagens à política nacional e internacional. De notar que neste ultimo plano, e reiterando o carácter pacifista do Movimento, só concebemos as Nações Unidas como instituição legítima para nele intervir (mesmo tendo plena consciência de que padece de uma inoperância recorrente e urge de uma profunda remodelação, de maneira a obter mais e melhores meios de intervenção).
  • O Movimento declara-se profundamente apartidário. No entanto, não deixará de defender a Democracia e o modelo parlamentar como forma de organizar, de forma mais justa, as diferentes nações. O activismo cívico, por mais disfuncional que possa parecer, será, então, a forma de intervenção do MOCA: o movimento é independente de qualquer instituição política, religiosa, ambiental ou de qualquer outro tipo.
  • Promovendo uma reaproximação à Natureza, o movimento pretende também uma reaproximação das pessoas em comunidade, capazes de coexistir pacificamente. No entanto, estas aspirações não pretendem retomar a “democracia do familiarismo”, conceito com o qual José Gil caracterizou o período salazarista. São sim uma forma de combater a solidão e a anomia social que assolam as sociedades actuais.

Sintetizando, o Movimento d’O Caracol Amarelo pretende-se:

Vanguardista, nos termos atrás explicitados

Tolerante

Pacifista

Independente

Apartidário

Democrático

Ecologista

Cultural

Comunitário

Ateísta:não ant-clerical, mas anti-obscurantismo

Dinâmico e

Alternativo


Assim sendo, o MOCA inicia-se na blogosfera com textos de opinião, prosa, poesia, fotografia, filmes, simples desabafos e até textos mais técnicos. O HUMOR será a única palavra de ordem, sem que por isso se pretenda descurar a seriedade das temáticas abordadas. A interacção com outros bloggers é essencial para a dinâmica construtiva do Movimento.

Os Fundadores