O MOCA congratula-se...
Clap-clap-clap!
Mais nisto aqui.
posted by Caracol Amarelo at 10:26 AM 0 verdinhas
A questão prende-se com o conceito de fronteiras, não é?
Afinal o que delimita um país ou, neste caso, um continente? Pior: um conceito abstracto de união idealística entre países de um continente estranhamente delimitado – por que é que Israel aparece no belo do festival da canção enquanto se colocam dúvidas existenciais sobre a delimitação da Europa aquando a eventual adesão da Turquia? (E não entremos por aí)
A visão deste ser que vos ousa dirigir a palavra é a seguinte:
1) Existem diversos territórios e nestes habitam muitas pessoas.
2) Ora, havendo muita gente, e não querendo ir directamente ao “tudo ao molho e fé lá no outro”, cada território tem (ou deveria) de ser administrado de forma a satisfazer as necessidades da população (numa de democratas, de TODA a população). Aqui entraria a bela da “Economia ao serviço do Homem” (hahaha…?), numa onda sustentável e em harmonia com o ambiente.
3) Para administrar esta malta – sobretudo, ao nível da produção, distribuição e consumo de bens e serviços – seriam necessários órgãos de poder (e não querendo entrar em extensivas descrições de como o acesso e o exercício a e deste poderiam ser democráticos, passemos ao ponto seguinte).
4) Da vida em colectividade surgiria a cultura, valores comuns e por aí fora.
5) E o estatuto de pertença à colectividade? A cidadania?
Ora bem, a cidadania, meus caros, tem-se (ter-se-ia) a partir do momento em que se vive numa colectividade, já que é nesta que construímos a nossa rede de interacções sociais (de trabalho, consumo, vizinhança, etc.), independentemente de se ter nascido lá longe, ou no outro lado da rua.
“Mas ah e tal, isso é estúpido.” Será? E porquê?
Porque cada “nação” tem a sua cultura, as suas tradições?! Então, caro leitor, vá à janela e abrace com força a bandeirinha do Scolari, esperneie e berre esse hino militarista, que isto aqui é nosso e fora com esses todos que nos querem roubar trabalho.
Aqui, na Caracolândia, vemos as coisas de forma diferente: a cultura é uma coisa dinâmica e, como tal, vive da constante renovação e do convergir de tudo o que entra em contacto com aquilo que, primariamente, já existia; a tradição é boa para o turista ver — tradição (ainda pra' mais reaccionária) porque sim, não é nada.
Posto isto, o único argumento eventualmente válido, quando regressamos à realidade, está intimamente ligado aos fluxos migratórios. Porque se a cidadania fosse um dado adquirido a partir do momento em que se vive num determinado local, este iria perdendo qualidade, a relva ficava amarela de tanto espezinhar e, possivelmente, o clube de golfe afundava.
Voltemos, então, ao abstracto por mais um pouco. Se TODOS os “locais” estivessem num patamar de igualdade, i.e., se em todo o Mundo se vivesse folgadamente, ignorando tretas como o determinismo geográfico¹, em plena utopia do desenvolvimento sustentável à escala mundial…. Upa upa!
Mas na realidade temos jogos de poder e sede de petróleo e perturbações psíquicas dos “nossos” líderes belicistas e… temos História e rancor e ódio e… Merda, muita merda².
Mas a pergunta é: que legitimidade temos nós, peito cheio de europeísmo e civilização, para nos enclausurarmos neste mundo idealmente (ou pelo menos nos panfletos da propaganda) perfeito, deixando quem não tem o que comer à porta? Que legitimidade temos nós, que à la neo-colonialistas os impedimos de se desenvolverem pelos seus próprios meios, para os deixarmos a morrer à porta?!
¹ ver: http://pt.wikipedia.org/wiki/Determinismo_geogr%C3%A1fico
posted by Caracol Amarelo at 8:54 AM 6 verdinhas
Domínio: Eukarya; Reino: Animal; Filo: Moluscos; Classe: Gastropoda; Sub-Classe: Pulmonata. Concha Univalve espiralada que encerra a massa visceral. Pé em forma de palmilha. Torção da massa visceral de 180º. Isto resumindo, quer dizer que cago em cima da boca. Vida de caracol, inda pra mais amarelo! Ah! Sou "também" viscoso e langonhoso.
Coscuvilhe os dizeres de uns ranhosos libertinos que por este santo lugar ousaram. E vossa-mercê? Usufrua da verdejante libertinagem! Deixai vossa viscosidade neste pernicioso espaço amarelado! Hip-hip-hurrei! |
Ah... não sei, mas se chegaste aqui é porque leste tudo, ou não, mas de qualquer forma, e apesar da mensagem de final de blogue ser gira e sensual, era conveniente, sei lá, leres outra coisa, por exemplo.